quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação no HUT VIII – 28/11/2013 (1º Piso)

Quando Mira perguntou se eu podia atuar no lugar dela, nem pensei muito, pois já estava com o figurino pronto (risos). Então, antes de encontrar a minha melhor companheira do dia, eis que emerge, novamente, o problema da chave do cadeado das tintas de embelezamento, que teima em sumir nos momentos mais indesejados.
Pronto e com Jamais Vista de Lista, partimos à busca de encontros, na primeira enfermaria encontramos o Seu Teodoro de 96 anos (tocador de banjo) que estava forte, mas querendo ir pra casa, jogamos um pouco, estava também, o “Lula” (bom pelo menos parecia com ele), o problema que enquanto ele jantava jogava com a gente e foi legal, pois ele estava com “um olho gato e outro no peixe”, mas que era só alegria e por fim, tinha um rapaz, que nasceu só com um rim, a cara do “Geanecchini”, o problema dele era que estava doente de “rir” (trocadilho de rim), e deu tanto jogo que o Paputcho que nasceu com 3 rins, doou um para ele e eu e Jamais Vista de Lista fizemos a cirurgia, com direito a foto e tudo mais com a equipe de cirurgia.
Entramos em outra enfermaria e só deu um jogo com uma senhora com o filho filmando a gente, mas foi legal.
Depois fomos ao primeiro quarto, no qual estava a Dona Valdete, lá de Rui Barbosa-BA, que num estava muito alegre em está por lá, mas quando chegamos ela fez uma festa com direito a fotos e filmagem para levar e mostrar aos netinhos, muito divertido.
Depois encontramos a Dona Zildinha, a senhora que gostava demais da letra “e”, pois tudo respondia “é”, mas ela tinha uma particularidade, ela não queria ir para casa, apesar de o médico ter dado alta, mesmo dizendo que estava o dia todo sem se alimentar, e pelo que a acompanhante e filhas, que estavam por perto, comentaram é que ela não sorria muito, mas digo-lhes, entretanto e todavia que Dona Zildinha sorriu bastante, dizendo “é” (risos).
Em outro quarto, encontramos a Camilinha “pé de goiaba”, uma jovem de Salgueiro-PE, ela é uma garota de 16 anos que sofreu um acidente seríssimo de carro, sendo a única sobrevivente, aliás, ela e a criança que ela traz consigo e não sabia até então, ela ganhou esse pseudônimo devido ao fato de beber suco de goiaba no hospital todos os dias e como ela relatou que ia perder o pé, ai propus um pé de planta caso ela perdesse o pé por ai, então ela disse que podia ser um de goiaba, devido a história do suco, então ficou registrado assim, mas no final, meio que fora da máscara, dei um apoio psicológico em relação a sua situação, ela se mostrou bastante convencida do que ouviu, ou seja, confiante que num ia ter maiores problemas em relação ao seu pé direito, fiquei duplamente feliz nesse jogo, pois sorrimos bastante e sai com uma sensação de fiz aquilo que devia ter feito se tivesse sem máscara (esse é o caminho que acredito ser o ideal).
Visitamos ainda um casal, juntos a 17 anos, de Belo Jardim-PE, no qual a esposa estava companhando o esposo, mas já estava indo embora e fizemos um jogo bem legal.


Definindo, foi um dia de fama, com muitas filmagens e fotos, mais menino!

Diário de Bordo - Jamaisvista de Listras - 26/11/2013

Querido diário de bordo,  estou muito feliz com a atuação de ontem...
Conheci dona Zildinha, uma senhorinha maravilhosa que adora rir! Por incrível que pareça ela adoora o hospital, não quer ir embora de jeito nenhum... o dr. já deu alta e naaada!! Dona Zildinha continua afirmando que não pode ir embora pois ainda não está curada rsrs. É muito bom volta à atividade, conhecer pessoas novas e histórias de vida novas... Renovou minhas energias a história de vida de Camila, uma mocinha de 16 anos que sobreviveu a um grave acidente, a única sobrevivente. Descobriu que está grávida de 2 meses e o seu bebê também sobreviveu ao acidente... é muito bom ver a garra das pessoas quando uma nova oportunidade de vida é dada ao indivíduo. Estou muito feliz com as atuações...

sábado, 23 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação na CIENTEX VII – 22/11/2013

É de ciência e para minha consciência vou participar da CIENTEX VII, e dessa vez é diferente, é a primeira vez na Univasf de Petrolina. Então, vamos fazer um pouco de não ciência para quem está hipnotizado na racionalidade do saber supremo das letras superiores.
Portanto, o produto apresentado foi o FELICITEC, que tem como prescrição fazer com todos potencializem aquilo que todos têm quando é criança, mas que esquece quando fica adulta e ainda mais quando precisa escrever um livro de Lattes, que é a alegria do riso espontâneo, que se dá no encontro.
Encontramos muita gente por entre os corredores da sabedoria racional, e para espanto dos cachorros (animais canídeos) que fazem parte da Univasf, todos estavam a revisitar a criança que habita em cada um, com sorrisos maravilhosos no rosto.
Encontramos as meninas do 2º Período de Enfermagem no banquinho que não era da praça, cada um com um livro de Histologia, que segundo os meus conhecimentos esculhambísticos, no qual “logia”, vem do Grego logos, que significa “estudo”, e “histo” que vem num sei de onde e significa “isto” mesmo, pois na gramática portuguarani, a letra “h” é mudinha, então, num necessita falar, né!? Portanto, Histologia quer dizer “estudo do isto”, e assim estudamos por um bom tempo e foi muito engraçado, em contrapartida cada uma recebeu uma pastilha de comprimidos “diet de alegria”, que além de proporcionar a máxima alegria, ainda emagrecia, pois tinha que tomar um a cada refeição, substituindo-as, por durante uma semana.
Ainda pude deparar com uma administradora importada, pois ela tinha os zoinhos bem puxadinhos e falava sotucatês de outras regiões para longe do Sertão e tentamos montar uma estratégia de venda para ficar rico com apenas três “jujubas de alegria”, mas como ela estava muito científica, foi logo direto e disse, acho melhor a gente comer, pois num vai dar certo, não!

E antes do trem passar, ainda espiei os trabalhos dos moços sabidos da razão e da academia dos cérebros.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Joaquim Marmiteiro - Atuação no HUT – Sala Verde – 19/11/2013

Cansaço: s. m. que exprime deterioramento físico. No meu caso, foi essa a palavra que me caracterizava antes do momento da volta das minhas atuações pela UPI. Após a visita ao hospital, o cansaço incrivelmente esvaiu-se e se transformou em uma aura de leveza e de vibrações positivas.

Fiquei um bom tempo sem atuar, algo como um mês e meio. E já não via a hora de voltar à ativa. O curso de aprofundamento em clown que foi ministrado a mim e a alguns dos meus outros companheiros meus acabou por instigar uma vontade urgente de vestir a máscara vermelha uma vez mais.

Agora, minhas companheiras de atuação são a Carol Raquel e a Bruna. Por problemas técnicos, apenas a Carol Raquel atuou comigo. Ela havia me dito que não tinha tanta prática em atuar com não-crianças e ficou a apresentação da minha conduta – também inexperiente -  sobre como se portar com esse tipo de público ficou como uma responsabilidade saudável a mim designada. Eu também tinha meus receios: eu atuaria na sala verde do HUT, um local conhecido pelo grande número de pessoas com olhares fixos nos clowns. 
Apesar de eu também ficar um pouco nervoso, posso dizer que nos saímos bem perante a insegurança mútua que em nós residia. E uma coisa tenho a dizer: que melhor companheira do mundo é ela! Dona de vários olhares e de uma meiguice deslumbrante, ela conseguiu cativar tudo e todos. Espero ter conseguido acompanhá-la com seu carisma ofuscante.

Um pouco mais maduro, e colocando em prática aprendizados do aprofundamento em clown, consigo agora perceber pelo olhar dos pacientes aqueles que melhor estão dispostos e aqueles que não. E isso é ótimo.


E como foi bom voltar a ajudar quem precisa de um pouco de descontração, de atenção e de carinho. Acredito que assim, e pouco a pouco, fazemos deste mundo um lugar mais acolhedor.


Joaquim Marmiteiro

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Paputcho - Atuação no HUT VII – 19/11/2013

Depois de alguns muitos dias sem atuação no HUT, eis que surge o sinal para que eu voltasse à cena do palco das poucas multidões do 2º piso do HUT, e o sinal foi dado pela sábia natureza, que fez chover no sertão, imagine só que negócio mágico, mas antes disso ela desmanchou todos os peteados maravilhosos das meninas da Univasf e encheu os zóios da gente de areia, pois foi uma ventania da mulestcha.
Dado os sinais, vamos à atuação, pois lá estavam o Joaquim Marmiteiro e não o Zeca Aventureiro (como havia dito outrora, rsrs), a Lupita Toion-oin-oin, a Cidoca dos Babados e o Paputcho Bico Fino no espaço do encontro. Logo de início, ficamos a ver navios, quer dizer a esperar um lugarzinho só para se abelezar nos figurinos, mas deu certo, entre banheiros e corredores, acabamos no lugar de descanso das meninas de enfermagem.
Aprontados, partimos, eu e a Cidoca para o palco que se apresentasse a nossa frente, logo na primeira enfermaria, tivemos que pular um poça de água que escorreu pela janela e ficou bem na porta de entrada, após passarmos percebidamente percebidos, chegamos até dona Carmelita, que estava de repouso, só aguardando uma cirurgia, por causa de um aneurisma, segunda sua filha Vera, como ela num tava podendo falar muito, eu e a Cidoca desenvolvemos um código linguístico novo, ou seja, por gestos aleatórios e sem sentidos, com explicação verbal para cada gesto.
Logo ao lado tinha um casal, a esposa paciente e o esposo nem tão paciente assim, mas estava feliz, pois estava falando com a sogra da esposa dele e que ele ama tanto quanto a sua própria mãe e nessa ladinha de sogra-mãe deu um jogo bem legal, que quando a gente saiu, eles colocaram a cadeira no corredor, aí, nós aproveitamos para tirar fotos de coração do casal namorando na calçada, deu jogo de novo. Porém, na saída, eis que a gente precisou esperar a barquinha para fazer a travessia, pois estava cheio de água, ainda.
Chegando à outra margem, quer dizer na outra ala (direita), no caso Juazeiro, adentramos de vez, e tinha um “caba” com uma bota de gesso num pé, surgiu daí a história do cachorro que pulou em cima da pata da pata da pata que quebrou a pata, foi uma falta de sentido só, mas que deu liga.
Voltamos para a ala Petrolina, encontramos um senhor que havia levado um tombo da moto, dizendo ele que ia na garupa e que pulou por cima da moto e caiu lá na frente, esse foi um motivo para começar um jogo que gerou até modos operandi de cair e levantar, mas sem execução, só na teoria (risos), e quando o filho dele colocou logo a música do Victor e Léo (Na linha do tempo), o negócio ficou animado e rolou até declaração de apaixonamento sem paixão pelos moços que ali não estavam, mas que um ficaram velhos e não tão moços assim. Até a Dona Neide, que estava com um filho na cama ao lado, apesar do sofrimento (está a 30 dias no hospital) entrou no jogo, e como os óculos dela estava com a lente quebrada, foi a forma de dizer que a aterrizagem não precisa ser a pessoa, pois erá só jogar os óculos no chão.
Na volta para Juazeiro (ala direita) entramos num quarto a procura do pai da Cidoca, no caso o Seu Sebastian, e no jogo do reconhecimento de paternidade só nas aparências belezísticas, o jogo durou foi tempo, que até perdemos a noção das horas, ao lado dele estava um paciente moçambicano, que não jogou, mas a esposa (brasileira e nordestina) dele caiu na brincadeira, num quis nem saber se a chuva era de verdade ou se o povo da Univasf estava pregando um trote com os calouros de Astronomia e estavam colocando eles para lavarem o telhado do HUT e fez parte daquele momento muito legal, sem contar a Soelma, a irmã que Cidoca estava querendo. No final eu quis apresentar a minha vovozinha ao Seu Sebastian, mas quando disse que ela tinha só 103 anos, ai ele disse que num queria não, pois era muito velha, mas olha só o Seu Sebastian com 75 anos, disse que se fosse a Cidoca era outra coisa, mas espia só (risos), mas ele foi muito respeitoso, diga-se de passagem, aliás, foi um grande encontro, o nosso, naquele quarto de enfermaria.
Ainda teve a senhora do N7, na ala de Petrolina, que estava meio esquecida das coisas, mas que era uma graça de pessoa e deu boas risadas.
E quando a gente estava de partida, algumas falas ressoavam, do tipo: “Vocês voltam quando agora?”, Você vão vir amanhã!?”.

Ah! Teve uma coisa interessante, nesse dia eu falei tanto e eu nem falo tanto assim, vocês sabem, né!? (risos), quase num deixo a Cidoca falar, mas garanto que noutro dia, nesse mesmo horário, numa volta ao passado, eu vou procurar colocar mais pausa nessa minha ladainha toda (risos). Desculpaê, Cidoca dos Babados, minha melhor companheira do mundo nesse dia tão alegre.