terça-feira, 30 de junho de 2015

Tatá la Bokita - HUT- 26/06/2015

Boa tarde, querido diário de bordo!!!

Muito boa a atuação de sexta. Muitos sorrisos, muitas brincadeiras e muita entrega da minha parte e do meu companheiro João Negresco. Porém, teve um momento que nós dois não sabíamos o que fazer, acho que é porque somos, ainda, novinhos nesse projeto e não estamos muito preparados para atuar sem monitores. Quando a mãe do Robson começou a chorar,eu não sabia o que dizer, eu não sabia como agir. Mas, demos o nosso melhor, né? Fizemos de tudo pra que a energia subisse novamente. Sei que tenho que estar preparada para esses altos e baixos, Vou aprender, eu sei!
No mais, foi uma atuação maravilhosa!!!
bjssssssssssss!!

Biju Leãozinho, HUT, 13/06/2015

Foi uma tarde diferente, num sábado, logo após o almoço. Além dos pacientes estarem descansando, eu e minha companheira Marieta estávamos sem monitores por perto. Brincamos muito com o fato do dia anterior ter sido dia dos namorados, e foi muito divertido. Mas, nesse dia, em apenas poucas horas aprendemos coisas incriveis. Em apenas dois quartos tivemos encontros maravilhosos com dona Elisangela, dona Marina e seu filho, dona Edna e seu neto Rafael (e mais duas mulheres que estavam no quarto com eles). Aprendi a valorizar um pouco mais a vida com dona Marina que tinha acabado de perder uma perna, e estava extremamente triste. Espero que nosso encontro tenha melhorado o estado dela. Vi também muito carinho e amor nos cuidados de Rafael com sua avó Edna, que não conseguia nem se comunicar. Enfim, foi tudo muito cheio de amor e alegria, mesmo numa tarde de sábado dentro de um hospital. E mais uma vez, quem mais saiu com o coração cheio fomos eu e Marieta, cheio de bons momentos e bons exemplos pra contar.
PS: ao chegar em casa eu tive que assistir a um filme pra fazer um trabalho de psicologia médica, e teve tudo a ver com a atuação desse dia, principalmente com a relação de Rafael e sua avó Edna. Recomendo! " Tempo de Despertar".
Deus abençoe todos naquele hospital sempre! E que tenham mais atuações como essa!

Esperança Sambacanção - "E assim, chegar e partir."

Vamos começar pelo fim?
29 de junho de 2015, hoje. A dias essa noite virou especial pra mim, quando eu soube que seria uma segunda-feira de reunião da UPI, por si só ela já não era uma segunda-feira como as outras. Uma das últimas segundas de um final de semestre por si só estressante, cansativo, pesado, e por isso acredito que muitos dos que caminharam comigo até aqui, aqui não estejam, são provas, artigos, seminários, finais, outros projetos, a vida, as escolhas, a preguiça, as férias, viagens, família e tantas outras coisas que existem fora desse mundo palhaçada que a gente vive uma vez na semana nos hospitais, e de quinze em quinze dia em alguma sala dessa universidade.
Existe um mundo lá fora, um mundo que a gente esquece durante aqueles incansáveis dias de formação, vocês lembram? Um mundo que o nosso nariz aprendeu a transformar, um mundo que fica a cada mais vermelho, mais rosa, mais verde, mais roxo, mais tantas outras cores que a gente inventa de pintar. É que a formação e o dia a dia dentro desse projeto, no fim, é pra mudar o mundo, e mudar o mundo não é pra qualquer um, é pra quem acredita em mudança, é pra quem acredita em transformação, é pra quem acredita em felicidade, e como disse um dia Dona Quinô, “Ser feliz é pra quem tem coragem.” Pois tenham.
Falando em formação conto 1 ano e 5 meses da minha, não sei dizer se foi muito ou pouco tempo, só sei dizer, com todas as letras que foi inteiro, foi completo, foi completude, foi intensidade, entrega, verdade, foi costurar a bandeira e dizer: Essa eu defendo. Foi subir o nariz com verdade e desbravar corredores a fora como quem não sabia o que ia encontrar, e não sabia mesmo, e olha que engraçado, encontrou. Foram um 1 e 5 meses de um relacionamento sério, e relacionamento sério vocês sabem, tem dias bons e dias ruins, dias que a gente quer que durem uma eternidade, dias que a gente quer que passe rapidinho, mas sobre essa história, vocês já conhecem, não vou me delongar nisso.
O que eu quero dizer, é que eu não dizer, não sei com que palavras eu digo até logo, não sei com que palavras eu digo: Jájá a gente se vê, eu não sei com que palavras eu digo: Olha eu vou ta aqui pra o que precisar, conta comigo, eu não sei dizer: Acho que to descendo do barco, mas vou remando aqui do lado, em um bote só meu, qualquer coisa grita...
É que eu não consigo ser pouco no muito, é que pra mim é complicado não ser inteiro, é que no que eu amo de verdade, eu vivo de verdade, no que eu acredito eu aposto todas as cartas, e se tem uma coisa que eu aprendi foi a me inteirar no mundo, ser inteiro em cada pedaço que me coloco.
“Quem em cada pouco põe tudo que é, merece ser feliz. E muito.” Tati Bernardi é contemporânea e sábia, ouçam-na.
Sim, esse é um diário de despedida, assim, sem choro, sem peso, sem brigas, sem motivos maiores, só a necessidade de caminhar por caminhos menos cheios, só a necessidade de organizar uma vida um tanto bagunçada, só a necessidade de arriscar em outros melhores companheiros do mundo, por que eu acredito neles, em vocês, só a necessidade de deixar ir, é chegada a hora de partir...
Pensei em deixar um pouco de mim, mas decidi levar comigo um pouco de vocês. Pude encontrar com muitos de vocês nesse 1 ano e 5 meses, tive o prazer de dividir os corredores dos hospitais, de dividir a organização das reuniões, de dividir as festas, os encontros, a formação, a seleção, a viagem, o MCA, a vida. Com outros ainda não puder verdadeiramente caminhar, mas acredito nos próximos dias, acredito que novos encontros ainda vão acontecer...
Pra não me delongar, vou parando por aqui, mas calma, preciso dengar um pouco antes de ir embora, é que nesse caminho um tanto de gente, um tanto de coisa foi me cativando, foi me encontrando, foi deixando comigo, e levando de mim, e não conseguiria ir embora sem agradecer de uma forma mais pessoal aos meus melhores companheiros, de atuação e de vida. Pra todos aqui, o meu muito obrigado, pelos caminhos cruzados, pela energia trocada, pelo sorriso dado, mas, aos meus xodós, aos meus chamegos, levo um pouco de cada um comigo e digo: eu sou muito apaixonado por vocês:

E, então o mundo ficou turvo e tivemos que enxergar de outras cores, fomos honrados com a presença da Princesa Testa no Joelho, uma nobre de um reino muito lindo e quieto, que ao chegarmos comia calmamente seus biscoitos reais e não deu ousadia alguma a esse trio de plebeus desconhecidos, só depois que terminou de degustar a comida real deu meio tostão de ousadia: um olhar, pra logo em seguida voltar a encostar a testa em seu joelho, coisa que fazia a cada pergunta, até que Teca conseguiu fazer brotar um sorriso, e Esperança conseguiu uma resposta, um alto e sonoro: “É”.

Rebeca pouca janta

Te confesso que muitas vezes não tenho vontade de atuar, confesso que nem sempre acho essa obrigação gostosa, assim como confesso que esse projeto já me proporcionou muitos dos melhores momentos da minha vida e quando se é cachorro, é difícil largar o osso.

Sancho pança fofa

Esta semana um amigo me perguntou se gosto de atuar. Sinceramente, respondi que, pra mim, atuar é como tomar sorvete. Isso porque a vontade de tomar sorvete muitas vezes não vem, sinto que quero comer outra coisa, algo de mais fácil acesso. E, então, eu tomo sorvete. E ai penso “armaria, como sorvete é booom, amo isso aqui hmmmm!”.

Toquinho de geres

Parece bobo e duvidoso quando pensamos que ações como essas e gestos tão simplórios podem mudar alguma coisa. Engano! Podem! Nesse processo esquecemos que são os gestos mais simples ('menos é mais') e as atitudes de atenção com o outro, são o que, de fato, nos humanizam.

Rosinha das alturas

Percebi nesse momento que é necessário manter o limite entre a San e a Rosinha, mas também nem sempre isso vai ser possível, pois perder as estribeiras faz parte. E fez.

Rosinha dos retalhos

Quando as coisas são feitas com verdade elas acontecem. 
Quando todas as metáforas começam a fazer sentido.
Quando as frases ditas incansavelmente são postas em ato.
Quando o sim já não é mais uma opção, é a unica escolha.

Juremas das pamonhas

O cuidado é uma via dupla!

Jamaisvista de listras

E espero ter deixado pelo menos metade do que eu recebi... Porque agora vou dormir com o som do sorriso daquela velhinha linda e do som da voz dela quando disse: “Foi a melhor visita que eu já recebi!

Frida ciriguela

“Vocês três são como um presente”
          “Torta na cara”
          “Vem aqui que tem gente que quer conhecer vocês”
          E tanta coisa boa, tanta coisa que a gente traz de volta pra casa...

Bartolomeu barbudo

                                                    "Chiquita" Rosa Choque
                                                                   e Esperança Sambacanção
                                                                visitAndo a UTI numa completa comunhão
                                                              e na Lavanderia explicações entusiasmadas 
                     não param de surgir situações Inesperadas 
                                                                 os Zói da Esperança custavam acreditar
                                                          que o cAfé estava pronto e a mulher a nos chamar
                                                               refeiÇão concluída e de bucho forrado 
                                     hora de pedir a bençÃo pelo dia afortunado
                                                        a atuaçãchegou ao fim, mas deveras continua
nessa vida de tropeços de humano que atua!

Chiquita rosa choque

“Ah , diário, como é bom saber que podemos contar com nossos companheiros, não é? Ontem, em mais um dia de atuação, o Gled era o monitor da vez, e como eu tava com saudade dele! *_*”

Valentina fuzuê

E como eu já sabia o quanto essa menina era especial antes mesmo de saber seu nome. Sara mudou meu dia, mudou minha semana. Sara me trouxe lembranças e ensinamentos. Sara me deu uma lição de vida, e talvez ela nem tenha percebido minha presença.

Catarina polenta

A tarde ainda era dourada quando nós seguimos mais leves.

Frufruta doce

Sem amarras, sem nós, com um nariz vermelhinho, podemos ser tudo.

Mariqueta boa bunda

Meu desejo nesse momento era de dar-lhe apenas o direito de chorar o seu luto, e de colocar calor, no lugar das faixas. Mas fico com o nosso encontro, com a presença das minhas companheiras naquele quarto, com a pergunta estúpida, com seus pés e uma ou duas lágrimas que conseguiram escapar.

Pinika dorada

A atuação de hoje eu achei meio morna, quando a gente fica algumas semaninhas sem atuar, parece que fica um pouco enferrujado, mas o válido é não esquecer que “o essencial é invisível aos olhos”.

Bibelô tichele

“Ao ver que me sentia mais segura nesses dias, ao poder sentir o quão lindos são nossos monitores ao nos passar tanta confiança e força num único olhar, e principalmente... ao ouvir tantos "obrigado(a), vocês não sabem como isso faz bem!" após um abraço apertado.”

Zefinha Laranjeira

Esse diário é especial, porque resolvi dedicá-lo a um amigo, um grande amigo, um dos melhores dos amigos, um dos meus melhores companheiros do mundo: Sancho Pança Fofa. Por trás desse clown, um ser humano incrível.

Joaquim marmiteiro

Ah se eles soubessem que eles fazem muito mais por nós do que fazemos por eles.

Pietra fofolete

É interessante como não percebi o tempo passar, muito menos que Cris estava nos fotografando, parece que quando você sobe o nariz você mergulha em outro mundo. 

Miojita Espoleta

Ahhh, o abraço, é isso. Esse diário é sobre isso. Uma linda tradição que me fez voltar dois anos no tempo. Voltar, não? Me fez sentir o peso de dois anos. Dois anos em que as pessoas me mudaram e eu espero tê-las mudado também.

Pedrita Bombom

Em um dos dias do processo de seleção me pediram para contar minha história e é impressionante como a minha e a da Unidade de Palhaçada Intensiva andam juntas, se confundem em muitos momentos. Tem sido assim. 
 
Lisbela Duracel

Entre altos e baixos ,encontros e tentativas ,estamos amadurecendo =D

Santiago suado

E ele que quis sair do carrinho para ficar mais perto de nós, nessa conversa que tivemos ele me mostrou o machucado que tava na sua mão, logo eu beijei a mão dele. Foi lindo querer cuidar daquele garoto e ver ele ali aberto para receber atenção *.*

Pedrinho Palito

O resumo do amor aconteceu, um novo ciclo se iniciou, nasci mais uma vez, das tantas outras que ainda hei de nascer. “Sem tirar nem por; sobre o amor.”

Neuza camponesa

De cada encontro um recorte diferente...
“Vocês chegaram, olha ai, tá todo mundo indo embora.”
 “Ei vem aqui, tem uma menina precisando de vocês...”
 “Se vocês quebrarem vocês vão pagar.”
“Ela disse que gostou de vocês; conseguiu até soltar uns peidos.”
“_ Oi, a gente pode entrar? 
_Não!
(minutos depois...)
_Vocês são como um presente pra mim.”
“A pessoa já tá doente, aparece umas coisas dessas, faz é piorar.”
(minutos depois...)
_Não, era só brincadeira minha.”
 “Vocês sabem de tudo. Vocês adivinham tudo né? (...) Pois a gente ainda vai se encontrar por aqui.”
"Olha gente! Sarinha ta rindo!"
 “Vocês são é uma benção.”
“Psiu, fala mais baixo.”
“Ei, Obrigado...”


Esperança Sambacanção.

“A gente vai se dividindo em pedaços e levando novos para compor a vida.”




segunda-feira, 29 de junho de 2015

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 26/06/2015

 Depois de 1 mês sem atuar, cá estou eu, um tanto nostálgica, um tanto sentimental, sei que isso são sentimentos antecipados, mas quem nunca sofreu por antecedência? Não consegui entrar no hospital com a cabeça “branco-vazio”, acho que isso me atrapalhou um pouco. A atuação foi difícil e me lembrou outras duas de já muito tempo atrás. Tive que abaixar o nariz e, assim como nas outras vezes, o sentimento de impotência me dominou por dentro. Mas a pilha de Dinho e Izabel não acaba por pouca bobagem, contagia, e lá estava eu de novo, com o nariz vibrante. Porém, as tortadas na cara também estavam longe de acabar. Como todo mundo daquele hospital estava aproveitando que era São João e bebendo todas as cervejas que a cozinheira estava servindo, virei pra uma jovem, dona de um lençol que a cobria quase todo o corpo deixando o sorriso desconfiado de fora, e perguntei se ela estava deitada ali por conta da cachaça. Ela manteve os músculos faciais contraídos que seguravam aquele sorriso, que ainda busco o significado, e respondeu-me “foi cachaça não, foi estupro”. Escolhi um ponto final pra terminar a frase aqui, mas no momento, as reticências foram tão infinitas, que os meus músculos faciais permaneceram, ao contrário dos dela, relaxados, estáticos. Às vezes, a gente acha que está preparado pra qualquer coisa, daí vem uma situação fora da nossa “zona de conforto” pra nos levar à refletir o tamanho da nossa insignificância. Que o aprendizado é a todo momento.
Núcleo do dia: Reflexão.  

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 22/05/2015

 Uma das coisas que sempre achei ruim em atuar no período da noite é que as pessoas normalmente estão sonolentas e não tão dispostas logo após o período da janta. Eu, no auge dos meus 24 anos, e sofrendo de lombalgia aguda, achei que hoje o hospital seria “generoso” com a minha lombar e estaria quieto. Porém, para a minha surpresa, que por sinal foi boa, todos os pacientes, acompanhantes, enfermeiras, papagaios e periquitos estavam agitadíssimos, e me fizeram mover todas as minhas 33 vértebras, e o melhor: eu nem senti! Simplesmente todos os quartos estavam disponíveis, todas as pessoas jogaram. Preciso nem mencionar que Dinho e Izabel se identificaram com aquela agitação e saíram quebrando o pau por aí. A única coisa ruim foi que não pudemos ficar tanto tempo nos quartos, senão nunca mais sairíamos do hospital, tanto que ouvimos de uma senhora “vocês já estão indo? Foi tão rapidinho hoje”.
Núcleo do dia: Fôlego.

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 08/05/2015



“Meninos, me perdoem, mas hoje não vou conseguir atuar, estou com uma cólica terrível pra ficar andando pelos corredores”. “Ah que pena, fica pra próxima então”.
Teria sido assim, mas eu pensei “posso não atuar, mas assistir eu posso”, e fui. Quando cheguei, Dinho e Pietra já estavam enfestando os corredores do hospital. Tentei ficar no meu cantinho, e ali mesmo observava a atuação dos meus melhores companheiros e observava também a reação das pessoas. Fingi que eu era acompanhante de alguém pra ouvir os comentários das pessoas e confesso que fiquei triste e um tanto pensativa com alguns comentários. Fiquei pensando se realmente o que fazemos no hospital faz diferença na vida daquelas pessoas. Foi quando apareceu Titinha, uma senhora que viu Dinho e Pietra e começou a dar vários conselhos de como ser um palhaço de verdade. Eu, observando a cena, e não aprovando tudo o que ela dizia, tive a ideia de pegar o meu nariz e entregar à Pietra para que ela colocasse em Titinha, e assim ela o fez, dando vida à Titinha FicaDica. Fiz isso porque quis mostrar a essa senhora que não estamos ali como palhaço Patati-Patatá, e acredito que a mensagem foi passada, pois ela pode presenciar na pele isso. Enfim, assistir atuação sempre nos faz ter vontade de entrar em alguns momentos pra encaixar aquela peça do quebra-cabeças que só quem é expectador vê, é como na oficina, quando um companheiro está no picadeiro perdido e a gente sabe qual caminho ele tem que seguir, mas que se estivéssemos em seu lugar, estaríamos desesperados atrás de uma bússola.

Núcleo do dia: Dúvidas.

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 05/05/2015

 Dessa vez não foi uma sexta-feira pós-jantar, foi uma terça, no meio da tarde, o que me fez acreditar que o clima do hospital estaria diferente, mas se não foi a comida da janta desse vez, teve um pós-almoço pra jogar o pó do sono em quase todos os pacientes. Ainda assim, estávamos eu, Dinho e Izabel, firmes porém sem Graça, como disse uma senhora, foi então que começamos a procurá-la, mas essa tal de Graça não estava em canto nenhum. Suspeitei até que Pietra a prendeu por ciúmes, já que ela não pôde atuar hoje. Com Graça ou sem Graça, o importante é que servimos como auxiliar de médico tentando fazer um senhor, muito do teimoso por sinal, mostrar a língua, e olha que não foi tarefa fácil. Teve suor, teve xingo, mas teve língua também, e isso que importa.
Núcleo do dia: Significância.  

CHIQUITA FURACÃO – HUT – 24/04/2015

 A volta é difícil. Dá medo de não conseguir. Dá medo de conseguir e parecer que não foi real. Expectativas em cima de você. E você sem expectativa nenhuma. Parar de pensar. E se tudo virar branco-vazio? E se o branco tomar conta de tudo? A volta é difícil. Estou de volta, dando voltas, até estar de novo de volta.
Núcleo do dia: Vivendo a filosofia do rio.

CHIQUITA FURACÃO – ABRAÇO GRÁTIS – 19/04/2015


Hoje quis ficar como expectadora. Depois de mais de 1 ano sem atuar, não sabia se conseguiria dar conta do recado. Além disso, minhas reflexões e confusões mentais tem me deixado muito introspectiva depois dessa volta pós-intercâmbio. É bonito ver a aflição misturada com nervosismo mais expectativa que esses novos palhaços transbordam nos olhos. Os mesmos sonhos, a mesma paixão que havia em mim quando estava no lugar deles. Não que isso não exista mais nos meus olhos, mas acredito que o sentimento se transformou. Lembrei da minha primeira atuação, do meu abraço grátis. Foi lindo ver aquele tanto de gente perdido em tanta gente e se encontrar em mais um monte de gente.

Núcleo do dia: Recordação.


Bartolomeu Barbudo – Atuação HUT – 25/06/2015





Palhaço-poeta.
Palhaço-Pessoa.

“o palhaço é um fingidor,
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é alegria
A alegria que deveras sente
E os que riem do que faz
Na alegria sentida, o fazem bem
Não as duas que ele traz
Mas uma especial que ele tem.
E assim, nos corredores do hospital
Gira, a desafiar a tensão
Junto com companheiros sem igual
Fazendo do nariz, um coração.”


Baseado em Autopsicografia, do Fernando Pessoa.

João Negresco - HUT 26/06/2015

Oi :)
Nossa segunda atuação sem monitores, sem observação.
Foi um carrossel de energia, altos e baixos. Em um dos momentos eu gostaria que Pedrinho Palito e Frufruta Doce estivessem lá.
Depois de subir a energia e devolver a chave da galinha fomos procurar olhares disponíveis, no primeiro quarto energia alta! Jogamos com todos os hospedes e com uma técnica de enfermagem que estava lá, foi ótimo, demoramos bastante, e saímos procurando um creme da reniew pra rejuvenescer o irmão mais velho. No segundo momento um quarto de vaqueiro, seguuuuuura peão! Laçamos e deslaçamos, subimos a energia do local (e a nossa também) e no meio do jogo alto, entrou no quarto uma médica que tem o cabelo laranja, professora da universidade e seu grupinho de alunos, Tatá labokita e eu já estávamos saindo do quarto quando ela disse: "Depois a gente volta" Essa médica sempre está presente durante as atuações, e sempre está com um olhar, e um sorriso, disponível. Ela respeita, e acho que gosta, do nosso papel.
O último quarto, tinha um rapazinho que trabalhava com som, "Robsom som som" ele não queria jogar, a mãe dele queria e parecia estar bem disponível. As vezes ela ria, conversa com a gente, mas ''Robsom som som" não dava nem ousadia. De repente a mãe dele que falava "ele tá melhorando" começou a chorar, "Robsom som som" virou a cara e ficamos eu e Tatá labokita no silêncio constrangedor, sem saber o que fazer, sem saber se ainda éramos clowns ou se já estávamos como Dandan e Thaíse, enrolamos um pouco e saímos, tristes, sem ter noção do que teríamos que ter feito. No meio do corredor tinham dois jovens, que mexiam no celular atrás de uma rede wi-fi pra bulir no whats app. Subimos um pouco.
Tinha um dotô que usava o celular e perguntou se foi a gente que passou na televisão, se era o povo da psicologia que fazia isso e se era da UNIVASF.
Entramos no quarto, baixamos o nariz e quando procuramos a maquiagem, CAAAAADÊÊÊÊ A MAQUIAGEM???? Taquicardia, já tirei meu propranalol da mochila e fomos procurar se tinha algum companheiro atuando nos andares de cima, e que podiam ter pegado a make. E encontramos na clínica cirúrgica, lá tinham três companheiros atuando, Dinho vitamina C, Isabel Decibel e Chiquita Furacão. Foi tão lindo vê-los atuar, jogo alto, cheio de energia, emoção, VIDA! DISPONIBILIDADE! Arrasaram. Deu vontade de subir o nariz de novo. Mais tranquilos, saímos do hospital, Dandan e Thaíse, no melhor clima de companheirismo possível, discutindo o que foi bom, o que foi ruim e o que precisamos melhorar.
Ansioso pela próxima atuação.

domingo, 28 de junho de 2015

Diário de Bordo – Jamaisvista de Listras 23/06/15, Feriado de São João

Mandacaru quando fui morar na cerca... E é dia de São João, dia de fogueira e milho cozido, dia de canjica e casamento na roça. Aprendi a respeitar essa data que para os nordestinos é tão importante e hoje me empolgo só de saber que o São João está chegando. Mas nessa terça de feriado o dia começou diferente: precisamos fazer uma reportagem sobre o poder do riso e gostaríamos que a UPI participasse dessa reportagem o.O CHOCADA. AI-MEU-DEUS o que fazer? Já sei, vou ligar pra Gui e Dani, meus companheiros e ver se eles topam ir comigo, Sim! Sim! Sim! Somos clowns e não podemos negar o jogo!
A ansiedade me cercava e eu, que deveria estar acalmando os meninos por atuarem menos vezes, estava sendo acalmada por eles. Aí se vê o retorno das nossas ações, solidariedade é uma via de mão dupla. Frederico e Miguel, vocês me representam!!!
Quando os holofotes da São Paulo Fashion Week se acenderam estávamos lá, NÓS TRÊS e o mundo, e as câmeras também; foi meio assustador, mas foi assim, e tratamos de nos afastar deles para fazermos o nosso melhor, divertir e confortar. Que dia foi esse, quantas histórias lindas acompanhamos e quantas despedidas felizes.
Conheci o senhor Branco de
Neve que tinha cabelos feitos de algodão e simpatia que exalava pelo quarto, os problemas eram com ele mais quem dava o conforto à filha também era ele. Cadê aquela lei que dizia que quando passamos por um problema de saúde, quem está do nosso lado tem que nos confortar e nos dizer que vai dar tudo certo? As coisas se inverteram e nem percebemos, o problema é meu e o conforto quem dá também sou eu. Ah quanta força aqueles cabelos de algodão têm! Quantos ciscos ele limpou do olho da sua querida e frágil filha!

Foi um lindo dia lindo, foi uma linda atuação!

HUT - 26/06/2015 - Dinho Vitamina C

Quando o que se espera é nada mais nada menos do que o inesperado... parte 8/XYZ

Finalmente de volta aos eixos, e no auge do São João, que Isabel Decibel, Chiquita Furacão e este que vos escreve voltaram ao nosso querido HUT, ou como eu gosto de chamá-lo: "Traumas" (só para os mais íntimos).

Apesar de ter sido em pleno São João, não vi ninguém forrozando pelos corredores, embora nossa querida Diva sambava na cara das recalcadas a todo o momento, com sua chiquereza e sua pompa. Mas voltando ao São João, sim... o único resquício de São João que vi por aquele lugar foi na hora do rango. Vocês devem estar pensando, canjica, mungunzá... não, meus caros, Schin! Sim meus caros, substituíram o as bebidas por Schin e os soros por Caribé. E acharam que eu não perceberia, alguns me disseram que eu estava louco... diziam que era chá, mas tenho certeza do que vi!

Não é atoa que algo soava estranho, pacientes não muito empolgados e tal... pois é claro, estavam todos pra lá de Hong Kong...

Em meados de nossa aventura por aquela selva de suturas e bisturis, houve algo inusitado, algo que nunca vivera antes... Uma situação inusitada fez com que nossa amiga Chiquita Furacão transforma-se em Talita Siqueira por um breve momento, a fim de ajudar em uma situação complicada. Um rapaz com um corte bem punk (metade careca metade com cabelo) estava desesperado para levantar-se e pegar sua moeda que caiu no chão, o que não parecia uma boa ideia pra ninguém. Para ajudar na situação, Chiquita transformou-se em Talita, chamou as damas de branco e foram ajudar nosso amigo, o punk de 70 anos, a deitar-se e pegar o dinheiro uma outra hora. Participei dessa ação tentando convencê-lo de que o dinheiro não estava no chão e sim no travesseiro. Enquanto eu, Dinho, e Talita ajudávamos o pobre coitado, Isabel ficou cuidando de nossa fonte de energia, vinda das risadas inocentes de um guri bem animado. O trabalho em equipe foi bem executado, e nosso amigo deitou-se por fim, e Talita virou novamente Chiquinha. Bom trabalho tropa!

Após aquela situação toda, conseguimos ir até o fim, de um extremo à outro, ganhamos até balinha pela persistência (pelo menos foi o significado que dei a ela).

Como marinheiros, nunca sabemos como estará o mar enquanto navegamos, às vezes mais calmo, às vezes mais agitado, às vezes mais perigoso. Bom, esse foi o dia do Mar em Fúria, e sobrevivemos à ele graças à nosso trabalho em equipe.